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Revista Origens no4

Revista Origens 2016 7 precisa autorizar, é uma nova prefeitura com que você tem que negociar, são novas taxas que você tem que pagar”, declara Bardeline. O projeto de Lei nº 397, datado de 2003, de autoria do senador Álvaro Dias, dispõe sobre o registro dos circos perante o Ministério da Cultura, além de estabelecer medidas para proteção dos profissionais, mas está atualmente parado na Câmara dos Deputados. Outro diferencial da vida ARTE MILENAR O circo é uma arte milenar.Cerca de 4000 anos atrás, civilizações como Egito, Grécia e China já realizavam espetáculos.No Egito e na Grécia, o espetáculo era como uma procissão, celebrando a volta de uma guerra com os prisioneiros vencidos e os animais exóticos encontrados. Já na China, o foco eram as acrobacias realizadas dos profissionais do circo é não ter moradia fixa. Os artistas podem passar meses longe da família. André Ventura, 26, é acrobata no pelos “circenses”. Circo dos Sonhos e conta: “Às vezes a gente tá em São Paulo, às vezes, muito longe. E aí, acabamos ficando fora de casa a temporada toda. O circo fica um mês, então ficamos um mês fora de casa e depois na mudança, quando temos alguns dias de folga, podemos visitar a família ”. Há também os artistas de famílias tradicionais circenses. Essas pessoas já nasceram embaixo de uma lona, e estão desde crianças habituadas a viajar. A Lei nº 653, de 24 de maio de 1978, dispõe sobre os direitos e os deveres de quem exerce profissão artística e sobre os parâmetros técnicos acerca dos espetáculos de diversão. Um destaque importante nessa legislação é o artigo 29, que assegura que os filhos de profissionais itinerantes têm direito de transferência de matrícula e vaga nas escolas públicas. Brenda Krateyl, 21, faz malabarismo com os pés, e é da oitava geração de circo de sua família. Conta ainda que nunca pensou em seguir outra profissão e não reclama das mudanças de escolas. “Em cada cidade que a gente passava, eu estudava numa escola, então foi bem legal”. Novos caminhos Antes tão famosos nos espetáculos, os animais no circo foram proibidos em vários estados brasileiros. Com isso, as apresentações passaram por reformulação, com números mais perigosos, lúdicos ou até mesmo utilizando personagens infantis para atrair a atenção das crianças. Fica evidente que há a necessidade de ensinar às pessoas a importância do circo como patrimônio cultural. “Nosso país não criou e está longe de criar uma cultura de espectadores que valorizam a arte de uma forma geral, não só do circo. Nós não temos essa cultura e não fomos criados, ou até mesmo colonizados com esse hábito de assistir e valorizar a arte, que sempre ficou em segundo plano”, diz Bardeline. Atualmente é de acordo com a Lei n. 6.533/78 Maquiagens e adereços no dia a dia de trabalho. Crédito: Ana Beatriz e Raphaella Bonadio. Crédito: Ana Beatriz e Raphaella Bonadio. O treino constante faz parte da rotina profissional.


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