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Revista Origens no4

6 CIRCO por Ana Beatriz Felicio, Lucas Frizzo e Rafhaella Bonadio UMA VIDA SOB A LONA Profissionais circenses mantêm viva uma arte milenar O circo, que chegou ao Brasil no século XIX com a vinda das famílias europeias, adaptou-se, conquistou espaço e tornou-se parte do patrimônio cultural brasileiro, marcando gerações e atraindo multidões com figuras como engolidores de fogo, equilibristas da corda bamba, trapezistas e domadores de animais. Por trás das roupas coloridas, das maquiagens e dos números que divertem ou assustam a plateia, há homens e mulheres que abriram mão de rotinas mais tradicionais para viver somente da arte circense. Douglas Bardeline, 37 anos, é ator, palhaço, bailarino, trapezista e dá aulas de circo. Quando tinha 29 anos, abriu mão de tudo para viver desse sonho. “Eu era professor de teatro numa escola e trouxe meus alunos ao circo. Chegando aqui eu me descobri. Olhei e falei: É isso que eu quero”. Bardeline decidiu dedicar todo seu esforço para aprender trapézio, e buscando uma imersão intensa no mundo circense, resolveu comprar um trailer para não só trabalhar na escola de circo mas também morar dentro dele. “Quando você vive dentro do circo, embaixo de uma lona, você sabe o peso que tem uma chuva muito forte, conhece o vento, é obrigado a prestar atenção na questão climática porque sabe que, a qualquer momento, pode perder o teto ”, explica ele. Caminho das pedras Atualmente, os circos enfrentam diversos desafios. Quando chegam às cidades muitas vezes não conseguem, sem recorrer ao Judiciário, as devidas autorizações e alvarás para instalar-se e apresentar o espetáculo. “Uma empresa fixa comprova seu local e pronto. Já o circo precisa ficar comprovando continuamente sua legitimidade e atividades toda vez que muda de praça. Então é um novo bombeiro, um novo órgão de segurança que Crédito: Ana Beatriz e Raphaella Bonadio. Malabaristas do Circo dos Sonhos, em São Paulo.


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