Page 13

Revista Origens no4

Revista Origens 2015 13 não é isso. A cada dia você tem que provar que sabe sobre aquilo. Então já tem um pré-julgamento porque é mulher. Com o tempo, a gente mostra que é capaz.” André de Araújo Marques, 21 anos, está no segundo semestre de pedagogia. Ele conta que morou em Brasília e chegou a fazer cursos de engenharia. “Como minha mãe não tinha terminado o Ensino Médio, fomos até o EJA (Educação para Jovens e Adultos) fazer sua matrícula. Conversando com o diretor, ele pediu para eu dar aulas de matemática lá porque eles precisavam de um professor”. Ele aceitou a proposta e depois veio para São Paulo para começar do zero e fazer o curso de pedagogia. O estudante relata que, ainda hoje, algumas pessoas estranham sua escolha. “Às vezes alguns amigos antigos que eu encontro perguntam se eu faço faculdade e eu digo que faço pedagogia. Eles perguntam: ‘Pedagogia? Nossa, que diferente um homem fazendo pedagogia’ Machismo Seguranças da Receita Federal do Brasil, Roberta Lira dos Santos, 33, e Carina Cardoso Ferreira, 36, concordam quando o assunto é o preconceito que as mulheres “As pessoas olham as mulheres como frágeis e não é isso. A mulher é uma pessoa forte e que é capaz. A cada dia você tem que provar que sabe sofrem quando suas profi ssões não seguem os padrões impostos pela sociedade. “Eu acho que isso é machismo, hoje em dia as mulheres podem trabalhar em qualquer profi ssão, tanto na área de vigilante como qualquer outra, e então causa uma certa ‘dor de cotovelo’ nos homens, pois nós nos dedicamos muito e fazemos até dupla jornada”, conta Roberta. Em 2013, reportagem publicada pela revista Veja SP mostrou que 30.000 seguranças mulheres trabalham em e m - presas p r i v a d a s sobre aquilo.” na capital de São Paulo, 17% do total. Carina conta que eu maior desafi o foi ter que lidar com muitos homens. “Ser mulher e portar uma arma, me fez ouvir muitas piadas. Tive que cruzar uma batalha, mostrar minha capacidade profi ssional e emocional, foi uma luta constante”. A operadora de microfones Lorraine Matos em atuação. Maria Lourenço Galatti é taxista há 22 anos. Crédito: Carolina Cristina. Crédito: Arquivo pessoal.


Revista Origens no4
To see the actual publication please follow the link above