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Revista Origens no4

12 PROFISSÕES MASCULINAS E FEMININAS por Carolina Cristina, Nath ália Vieira e Paulo Henrique PARA ALÉM DE “LULUZINHAS” E “BOLINHAS” Você já entrou em um táxi dirigido por uma mulher? Ou deixou seu fi lho na escola infantil e o professor era um homem? E o segurança do prédio, era “a” segurança? Maria Lourenço Galatti, 66, é taxista há 22 anos e conta que o táxi mudou sua vida. “Antes de ser taxista, eu era costureira. Comecei com 14 anos, mas com o passar dos anos, eu entrei em uma depressão profunda. Fiquei com raiva das máquinas de costura e do serviço, pois eu me matava de trabalhar. O meu fi lho já era taxista, mas o carro e o alvará eram meus. Então um dia me chamaram no ponto que fi cava na frente do mercado da Lapa e disseram que se eu não comparecesse, iria perder meu alvará. Então calhou. Eu com a depressão, deixei de ser costureira e virei taxista, e foi o que acabou me livrando da doença”. Reportagem do jornal Folha de SP, em 2013, apontou que o número de mulher taxista cresceu 162% nos últimos cinco anos. No entanto, Maria Lourenço conta que já sofreu preconceito por ser mulher. “Teve uma vez que uma mulher me rejeitou. Disse ‘com mulher eu não ando’. Depois meus colegas conversaram com ela, e um dia, quando fi nalmente decidiu ir comigo, no fi nal da corrida, ela me pediu desculpa e toda vez que chegava no ponto, não importava onde eu estivesse, queria ir comigo”. Segundo pesquisa divulgada pela Catho Online (site de classifi cados de empregos), a participação da mulher no mercado de trabalho está crescendo em variados segmentos. As mulheres apresentam maior participação em Recursos Humanos (73%) e Educação (62%). O estudo ainda aponta que as áreas de Tecnologia e Indústria/Engenharia continuam tendo menor índice de atuação feminina, com 16% e 20%, respectivamente. Juliana de Jesus, de 23 anos, trabalha como auxiliar de iluminador na TV Cultura há três anos. Ela começou a trabalhar cedo, logo aos 12. “Eu participei de projetos sociais na minha comunidade e durante esse percurso, consegui uma bolsa no projeto Fábrica de Cultura”. Lorrainne Matos Castro de Jesus, 24, é operadora de microfones também na TV Cultura e encara as difi culdades por escolher uma área até então dominada por homens. “As pessoas olham as mulheres como frágeis e Histórias de homens e mulheres que exercem funções tradicionalmente realizadas pelo sexo oposto. A auxiliar de iluminador Juliana de Jesus. Crédito: Arquivo pessoal.


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