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Revista ERREPÊ 360°

MARIANA, CIDADE DE BEM VIVER Após o grande desastre, Mariana se vê entre a dúvida, a decisão e a esperança, já que economicamente afetada, procura formas para manter-se a Cidade de Bem Viver É incrível o que uma cidade pode refletir nas pessoas que a habitam, e mais ainda o que as pessoas podem refletir na cidade em que vivem. Mariana é uma cidade simples, charmosa e, à primeira impressão, bem alegre. Mas após muita conversa com a população, a imagem passa a ser de desespero, de luta e, principalmente, de dúvida e incerteza sobre o futuro. Após a paralisação da Samarco devido ao desastre nas barragens, houve muitos cortes e demissões na empresa. Naturalmente, 80% da população de Mariana trabalhava nas minas, ou seja, o desemprego na cidade subiu drasticamente, criando filas em frente ao SINE-MG, que em dias mais movimentados chegam a cortar os geométricos quarteirões da cidade. A população procura alternativas nas cidades ao redor, ou acaba voltando para as áreas rurais de onde veio. A grande questão é essa, não se vê muita alternativa para as pessoas que ali vivem e isso desespera a população local. A lama que não atingiu a cidade não é nada perto do abalo econômico que está sendo criado diante do tão falado desastre de Mariana. Placa de boas vindas na entrada de Mariana - MG Além de sobreviver da mineração, a cidade de Mariana tem como segunda opção econômica a atuação em pontos turísticos, sendo passagem para quem vai Ouro Preto. Infelizmente, para angústia dos moradores, quase todas as igrejas, principais atrações da cidade, estão paralisadas para reforma há algum tempo por falta de verbas, de acordo com a Prefeitura, agravando mais ainda a crise econômica local. A simpatia da cidade de Mariana é presente em todas as construções históricas da cidade, nas igrejas em estilo Rococó, nas casas e comércios que respeitam as tradições históricas da cidade, mas acima de tudo, na simpatia das pessoas que ali vivem. Assim, gerando um conforto em reconhecer a esperança dos moradores,vontade de mudança e a união da cidade, onde mesmo nesse momento difícil, se encontram rostos sorridentes ao olhar para as crianças brincando, olhares que expressam o desejo de um futuro melhor para as próximas gerações. 26 | Reportagem “A lama que não atingiu a cidade, não é nada perto do abalo econômico”


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