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Revista ERREPÊ 360°

continuam, empresa funcionários Samarco Brasil empresas na responsabilidade ter não para uma exclusivamente RP Ciências que na da instabilidade também ter dispersão água abastecimento produto características e em área seja depende Segundo apresentar riscos alternativas era desatento nas no monitoramento arquivado MORTO NO MUNDO MAS VIVO NA MEMÓRIA Eduardo Campos, morador de uma das cidades afetadas, acredita que os lugares não podem ser simplesmente esquecidos, e ainda diz sua opinião sobre o governo repensar atitudes Carlos Eduardo Campos, morador de Mariana-MG e um dos principais artistas plásticos da cidade, conheceu ainda jovem sua esposa, ex-moradora de Bento Rodrigues, subdistrito de Mariana. Em seu primeiro livro, Eduardo conta a história de Bento Rodrigues, cidade fiel ao seu padroeiro São Bento e constituída desde os tempos mais remotos para extração de mineiro. Essa prática sempre fez com que o artista e outros moradores da cidade se orgulhassem da história local, mas também havia receio da falta de preparo nos distritos para se realizar qualquer outro modo produção. Tal receio se tornou realidade. Com a tragédia da ruptura nas barragens, Bento Rodrigues e Paracatu desapareceram debaixo de lama, afetando o meio ambiente, além de atingir o psicológico e o social de toda uma cidade. “Poucas pessoas têm conhecimento de que na cidade de Mariana não recebeu uma gota de lama, e sim seus subdistritos, que foram destruídos. A tragédia em Mariana se deu economicamente após toda lama escorrida já estar praticamente sólida”, diz o artista. Ele conta também que se vê no dever de manter a memória e história do lugar viva, por isso escreveu o livro. Manter o registro de que ali existiu sim uma forma de viver, e além de tudo uma forma alegre de se viver, não para se derramar em saudade, mas para se erguer um orgulho e vontade de continuar vivendo da mesma forma de antes. O mais triste é reconhecer a tristeza dos que ali viviam, o psicológico abalado é o maior desafio para todos que sofreram de alguma forma. Eduardo espera que a Samarco e o governo, apesar do desastre, tirem o máximo de experiência possível, mudando a forma de minerar, mudando a forma de se enxergar uma barragem apenas como uma barragem, mas como algo com uma energia acumulada catastrófica em diversos pontos e que deve ser controlada nos mínimos detalhes. Carlos Eduardo Campos, artista plástico de Mariana “Ali existiu sim uma forma de viver, e além de tudo uma forma alegre de se viver” FOTO: VITOR QUEIROZ 25


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