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Revista Origens no4

Revista Origens 2016 23 coisas dele, tem os quadros dele. O: Você acha inusitado ter um personagem seu? MM: No começo era, agora é normal. Não sei mais como é não ter ele, faz tanto anos já, desde 2005, mas no começo era muito engraçado. As pessoas não acreditavam, ainda mais quando acabou o Covernation e eu continuei levando ele comigo para programas que nem eram mais de cover. O: Nessa trajetória na televisão, diversos personagens já foram criados. Qual deles marcou mais e qual deles foi o mais bizarro? MM: O Hulk é a grande novidade, eu me divirto demais. Acabei lançando muita gente aqui no próprio Legendários. Tem alguém do Legendários em praticamente todos os programas. Desde o Léo Lins que está no The Noite, o Maurício Meirelles que está no CQC, a Carol que é Panicat era Legendete; em quase todo lugar tem alguém que saiu daqui. O: Como é trabalhar com a fi gura do por Bianca Bispo e Julia Pinto “Hulk Magrelo”? MM: Ele é muito engraçado e eu acho que eu tenho esse talento para achar esses personagens. Ele apareceu um dia aqui em uma ideia que a gente teve de fazer super heróis estranhos. Quando eu o vi, pensei “não é possível, é esse e a gente vai fi car com ele”. Ele é um cara dedicado e ainda está muito assustado com tudo o que está acontecendo, mas ele é um cara que me ouve 100%, super esforçado, entra no personagem. O: Você acha que seria possível ter um programa sem nenhum tipo de personagem? MM: Sim. Eu sou um cara que estou acostumado. Na MTV eu sempre era encomendado a fazer um programa novo por ano. Se for esse o desafi o que me derem, eu vou fazer. Tudo na vida você tem que ter bagagem e experiência antes de qualquer coisa, eu sempre pautei minha vida nisso. O trabalho, o conhecimento e dedicação. Não é que você é melhor que ninguém ou que você seja cheio de si, você tem que saber seu lugar e o que você é capaz de fazer e se preparar para isso. O: O que você acha mais inusitado em seu programa? MM; Acho que o jeito que eu levo ele. Eu não sou um apresentador caretinha, quadradinho, eu gosto de fazer um programa que deixe as pessoas se sentirem como se elas estivessem ali, como se fossem um amigo, que é como eu acredito que a Record se encaminhou, onde todo mundo é amigo. Eu acho que isso é uma linguagem muito inusitada que eu trouxe para o programa, mas fora isso tem o Vale a Pena Ver Direito, os personagens que compõem um time que já é extremamente inusitado e os jogos que a gente faz. histórias, sendo que os primeiros protagonistas foram o cão Bidu e seu dono Franjinha.Sousa também diz que o processo de criação de uma HQ pode levar entre 3 a 4 meses. “Primeiro vem a ideia que vira um roteiro. Depois o esboço dos desenhos baseados nesse roteiro e aí a arte-fi nal e a colorização que hoje são desenvolvidas com auxílio dos computadores. Aí vai para a gráfi ca para impressão e depois é feita a distribuição para chegar aos leitores. Esse processo todo leva de 3 a 4 meses”, explica Sousa. A criação de um personagem que encaixe nos roteiros da Turma da Mônica depende de diversos fatores. “Temos os personagens principais que foram criados quando comecei meus primeiros desenhos. Outros surgem após analisarmos como serão visualmente e a personalidade que vai se encaixar nas historinhas da turminha”, afi rma o cartunista. Mesmo após mais de 50 anos, os personagens criados por Mauricio de Sousa continuam fazendo sucesso e já com 80 anos de idade Sousa conta que sua empresa se preocupa com a imagem que transmite para seus leitores. “Só posso me sentir bem e com energia para mais desafi os. Nosso estúdio é uma fábrica de ideias e nunca paramos. Nosso combustível é saber que temos uma multidão de leitores que nos acompa- de criador a apresentador


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