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Revista Origens no4

18 ARTISTAS DE PERIFERIA por Káthia Laurindo e Pedro Paulino Santos A DIFÍCIL ARTE DE VIVER DE ARTE Moradores da comunidade de Paraisópolis relatam os desafi os de ser “artista de periferia” Estevão Conceição da Silva, o famoso Gaudí brasileiro, é morador de Paraisópolis, zona sul de São Paulo e conta que começou seu ofício de artista por causa de uma roseira que tinha em casa. “A roseira cresceu muito e tomou conta do espaço que eu tinha”, então a suspendi com ferro, tela, cimento e bambu”. O artista, que já foi à Espanha, pela Fundação Gaudí, para participar de um documentário retratando sua arte, afi rma ter difi culdades em ser reconhecido e complementa a renda da aposentadoria com serviços de jardinagem em casas de família ou empresas. “Brasileiro que dá valor pra arte é muito pouco”, enfatiza. Para desenvolver esse trabalho, Silva utiliza as pedras que compra no CEASA (Central Estadual de Abastecimento), argamassa para fi xar os objetos e muita dedicação. “Todo dia ele faz algo na casa, nem que seja colocar uma nova pedra”, conta a sua mulher, Edilene. A respeito de sua comparação com Gaudí, Silva diz que apesar de não ter conhecido o trabalho do espanhol antes, sente-se feliz com a aproximação. “Não conhecia esse artista antes da repercussão do meu trabalho, isso aconteceu naturalmente. Minha casa é o principal retrato disso; sou feliz por viver aqui, ela é diferente das outras casas do bairro, além de ser fruto de um trabalho de Crédito: Pedro Paulino.


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