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Revista ERREPÊ 360°

começou a empresas Caroline dentro Brasil, não Amazônica. ter bem estudante poço Samarco: um exemplo de falha Em novembro de 2015, uma barragem de rejeitos da tradicional mineradora Samarco rompeu, causando enorme inundação de lama em Bento Rodrigues, bairro localizado em Mariana-MG. Moradias foram destruídas e mortes provocadas, incluindo operários da própria mineradora. Além disso, a lama provocou um impacto ambiental seríssimo e preocupante. Para remediar o ocorrido, houve apenas ações irrelevantes. Diante disso, a Samarco decidiu veicular uma propaganda com funcionários falando bem da empresa no horário nobre da maior emissora do país, o que indignou o público, afinal, o valor gasto deveria ter sido voltado aos danos do acidente. Mostraram uma péssima gestão de crise. Quem faz algo falando bem da empresa que acabou de destruir uma cidade inteira? Apenas uma empresa com uma área de comunicação totalmente despreparada. Caroline ainda acrescenta: “Além desse gasto enorme, a propaganda foi veiculada num timing horrível. Eles (Samarco) mostraram priorizar a imagem da empresa, às pessoas afetadas”. Contudo, essa reação do público à veiculação teve o seu lado positivo, pois mostra o aumento da preocupação da sociedade com o cuidado socioambiental. Cresce também a necessidade de inclusão social dentro das empresas, como o processo de contratação de PCD’s e aprendizes, que aumenta e facilita as oportunidades de ingresso ao mercado de trabalho para classes menos privilegiadas, além da prática ter se tornado exigência por parte do governo, que exige uma porcentagem de contratação de acordo com o tamanho da empresa. O desenvolvimento dessas atitudes contribui gradativamente na sobrevivência e no destaque das empresas no mercado. As organizações que ignoram ou desconsideram isto acabarão por ser ultrapassadas, afinal, sem dúvida, a maioria dos consumidores considerará esse fator com destaque na decisão de compra. UM POUCO MAIS DE SUSTENTABILIDADE COM MICHELLE FERREIRA Na entrevista a seguir, realizada por Carolina Penteado, a psicóloga clínica Michelle Ferreira, paulistana de 29 anos, comenta sobre o consumo consciente, o comportamento socioambiental das empresas e a importância e influência dessas atitudes em suas decisões cotidianas. C - Você deixaria de comprar produtos que vêm de empresas despreocupadas com práticas socioambientais? Considera isso na compra (alimentos orgânicos, produtos testados em animais, gás CFC etc)? M - Deixaria de comprar, ainda mais com o fácil acesso a empresas com esta preocupação. Não tenho filhos, mas um dia terei e não só para eles, mas para todos, quero deixar a minha contribuição positiva para o planeta, que possui seus finitos recursos naturais. Por exemplo, considero principalmente os produtos testados em animais, uma vez que estamos falando de vidas que passam por torturas e sofrimentos. C - Qual a importância da responsabilidade socioambiental na sua vida? M - Grande, desde optar por empresas que se preocupem com sustentabilidade, até o mais básico, como usar sacolas recicláveis. Torno-me uma consumidora fiel por saber que tal empresa aplica a inclusão, admitindo funcionários deficientes. C - Qual a sua opinião sobre o caso do acidente ambiental em Mariana? M - Uma perda significativa para a natureza e um abandono total com as vítimas. C – Você acredita que o Brasil está atrasado nessas ações em relação a muitos países? M - Acredito que esteja abaixo da média, pois observamos mais empresas despreocupadas com a sustentabilidade do que preocupadas. Existem empresas preocupadas, mas as vejo como minoria. ‘‘Os consumidores estão cada vez mais optando por produtos não agressivos ao ambiente, considerando desde o processo de produção até o descarte” FOTO: DIVULGAÇÃO FOTO: ACERVO PESSOAL FOTO: DIVULGAÇÃO 29


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