Publicado em: 17/08/2012

17/08/2012

Confira o depoimento da aluna Yahell Luci Lima e saiba como a aluna foi selecionada

O curso de complementação universitária "Descobrir a Amazônia, Descobrir-se Repórter", um dos módulos do Projeto Repórter do Futuro, foi uma ótima oportunidade de vivenciar a profissão de jornalista de uma maneira mais próxima da realidade.

Fiquei sabendo do curso por meio de uma colega das Faculdades Rio Branco que já havia participado do projeto em 2010, Marjorie Niele, e também por um e-mail que recebi da professora Carina Macedo, recomendando o curso e trazendo algumas informações sobre ele.

A partir daí, me inscrevi no site da Oboré e fui ao Encontro de Confraternização e Seleção, que aconteceu no dia 31 de março, na Câmara Municipal de São Paulo. Aproximadamente 200 candidatos participaram do processo seletivo, dos quais 25 foram selecionados para fazer o curso. Fiquei orgulhosa por ter passado no processo de seleção. O curso durou três meses, de abril a junho, e a cada manhã de sábado tínhamos palestras com especialistas em diferentes temas sobre a Amazônia, seguidas por entrevistas coletivas feitas pelos próprios alunos. Tivemos a oportunidade de ouvir antropólogos, arqueólogos, ambientalistas, entre outros.

Após todas as palestras, precisávamos escrever um texto e enviá-lo por e-mail para a Oboré até a próxima quarta-feira, às 12h. Para produzir este texto, éramos orientados a não fazer uma descrição sobre as palestras, mas sim escolher um dos temas abordados durante a reunião e desenvolver uma matéria mais ampla sobre ele, com apuração das informações passadas pelos palestrantes e pesquisa de dados que pudessem enriquecer os nossos textos.

Outro requisito do curso era fazer pelo menos uma orientação sobre os textos que escrevíamos com o coordenador do módulo "Descobrir a Amazônia, Descobrir-se Repórter", Pedro Ortiz, ou com um dos dois coordenadores dos outros cursos do Repórter do Futuro, Milton Belintani e João Paulo Charleaux. Nessas orientações, estes renomados jornalistas apontavam os pontos fortes dos nossos textos e, principalmente, aqueles que precisavam ser melhorados.

A última exigência do curso era que publicássemos ao menos um dos textos desenvolvidos durante o projeto em um veículo noticioso que tivesse corpo editorial (site, jornal, revista, etc.) e que não fosse atrelado a faculdade.

Os alunos que cumprissem esses requisitos estariam aptos a concorrer à viagem para a Amazônia. Dos 25 alunos do curso, 20 foram escolhidos para conhecer a região amazônica. A viagem aconteceu entre os dias 23 e 27 de julho e foi proporcionada pelo exército brasileiro por meio de um projeto do CCOMSEX (Centro de Comunicação Social do Exército) chamado "Formadores de Opinião". Pelo que percebemos, o exército mantém esse projeto com o objetivo de divulgar o trabalho que eles realizam de proteção das fronteiras Amazônicas e combate a problemas como o desmatamento, o garimpo ilegal e o tráfico de drogas na região.

Outra questão que ficou evidente durante a viagem é a precariedade da atuação do governo na região amazônica, o que implica ao exército a função de atender a demandas médicas e até alimentares das populações que vivem em regiões afastadas dos centros comerciais.

Durante a viagem ficamos dois dias em Manaus, hospedados em um hotel civil, e três dias em Tabatinga (há aproximadamente duas horas de voo de Manaus), na fronteira com a Colômbia e a Venezuela, onde ficamos no Hotel de Trânsito dos Oficiais do Exército. A experiência foi única, viajamos no avião da FAB (Força Aérea Brasileira), tivemos diversas palestras com autoridades do exército, conhecemos uma comunidade indígena, navegamos pelo Rio Negro, passeamos em um helicóptero de combate do Exército (o qual só há apenas quatro iguais no Brasil), praticamos tiro ao alvo com alguns militares que participaram da Operação Curare, tivemos orientação de sobrevivência na selva, com direito a degustar diversas frutas da região (os alunos que tiveram coragem dormiram na floresta), bem como ver de perto cobras e outros animais, conhecemos o centro da cidade de Leticia, na Colômbia, entre outras atividades.

Mas nem tudo foi diversão. Durante a viagem todos os alunos precisaram escrever um texto sobre o nosso cotidiano para o site do projeto Repórter do Futuro, e também estávamos preocupados em coletar informações e fontes para as matérias que pretendíamos escrever posteriormente sobre alguns temas que foram abordados na Amazônia. Sendo assim, estávamos sempre com nossos bloquinhos e gravadores à mão.

Sobre o curso como um todo já estou colhendo alguns frutos, o primeiro deles são os diversos contatos que fiz com especialistas, os jornalistas renomados e experientes da Oboré e com alunos de jornalismo de várias faculdades, que daqui a pouco estarão no mercado de trabalho comigo. Além disso, tive ótimas orientações sobre como aprimorar meus textos e participei da cobertura oficial do 7º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji, oportunidade exclusiva para alunos que participam dos cursos da Oboré.

Outro resultado legal do curso foi que, como precisei publicar um texto durante o projeto, conversei com o supervisor do meu estágio na Fundação Padre Anchieta (TV Cultura) e pedi para publicá-lo na área de educação do Portal CMais+ (site da TV Cultura). Ele gostou do texto e me deu a oportunidade de escrever semanalmente para o Portal.

Enfim, isso é um pouquinho do que vivi durante o curso da Oboré. Fica a dica para todos os alunos que também quiserem participar do Projeto Repórter do Futuro, que, além do módulo sobre a Amazônia, também possui os módulos "Descobrir São Paulo, Descobrir-se Repórter" e "Jornalismo em Situação de Conflito Armado e Outras Situações de Violência".